"Sobre a biblioteca, lembrei-me que na escola em que estudei havia biblioteca, porém estava sempre fechada. Um dia pedi para ir até lá e foi surpreendente. Poucos livros, empilhados. Percorri o espaço e a partir deste momento descobri a biblioteca municipal de nossa cidade."
Marcos
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"Lembro-me bem do título "Composição" .... O mais angustiante nessas produções é que o professor orientava-nos para iniciar por um belo título, mas penso hoje que tal texto ainda não tinha nem brotado para ter antecipadamente um nome. O papel em branco me assustava toda vez que tinha que produzir uma composição, sem ter contextualizado um assunto anteriormente. Hoje, a partir de uma discussão ou leitura prévia, oriento que meus alunos elaborem o seu pré texto e deixem fluir as ideias e só após essa etapa e que eles pensariam em um título. Acredito que nossas práticas vieram a acalentar as nossas dificuldades."
Luciene
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"Sou paulistana e desde criança meus pais assinavam o "Estadão" e ele chegava em casa,jogado na varanda, e ficava junto às garrafas de vidro com leite. Lembro-me, pasme, que adorava ler os obituários. Tétrico não? Tenho em minha memória afetiva o cheiro do jornal ainda novo, arrumado e gostava de ser a primeira a pegá-lo: como um cãozinho...E assim todos liam o "Estadão" . No dia seguinte ,vinha um novo jornal e aquele todo desgrenhado ia forrar a gaiola do "Bigodinho",nosso passarinho de estimação...
Começava a ler o jornal Estadão pela primeira página e logo virava a folha e lá estava o obituário. Depois lia as tirinhas que adorava. Realmente gostava de ler um livro enorme que tinha na biblioteca com muitas figuras e a biografia de santos. Era um horror. Todos morreram de uma forma triste: queimados em fogueiras, na cruz, torturados etc ,mas as figuras a nanquim eram lindas e muito expressivas. E eu ia lendo..."
Maria Cristina
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Reflexão Pessoal
É interessante essa questão da leitura como uma busca. Faço disso uma reflexão pessoal. Em casa nunca tivemos dinheiro para comprar livros: pegava-os na biblioteca. Meus pais, nunca os vi folheando qualquer coisa que tivesse mais de uma página frente e verso e pudesse, ser, de fato, "folheável". Professores, apenas me apresentaram "Senhora", de José de Alencar, ainda no ensino fundamental, e foi realmente traumático ler páginas e páginas da descrição de uma fechadura ou de uma parede. Mas, mesmo assim, sempre li muito. Talvez, porque havia, em mim, essa necessidade de uma busca, de encontrar algo, que não se esgotava nos capítulos finais de uma história. Sempre havia outras a descobrir.
O problema da falta de leitura, a meu ver, está inserido num outro muito maior,que é o problema de como a escola é vista: um lugar de obrigações e não de conhecimento.
O problema da falta de leitura, a meu ver, está inserido num outro muito maior,que é o problema de como a escola é vista: um lugar de obrigações e não de conhecimento.
Luiz Nelson
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